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Foto do escritorRodrigo Silva

OPINIÃO: Escreveu, não leu? O Cartão "comeu"!

Falta de tolerância pela arbitragem ou intensidade demasiada de reclamações?

Foto: Divulgação/Twitter CBF.

Estamos apenas no início do Campeonato Brasileiro e já encaminhados para a fase de oitavas de finais da Copa do Brasil, entretanto, começamos a presenciar algumas mudanças que vêm sendo implementadas pela CBF nos campeonatos que ela organiza. Aparentemente, as intenções das mudanças são para melhoria e evolução, ajudando não só com o controle no andamento das partidas, mas também com otimização do espetáculo e elevar o futebol para seu protagonismo – que realmente lhe é devido.


Antes de tudo, a confederação estabeleceu que algumas alterações seriam importantes para que as partidas fossem mais “apresentáveis”, como certos procedimentos sendo levados à risca, principalmente em como os árbitros poderiam agir em situações complicadas dentro dos noventa minutos. Com treinamentos internos concluídos, a CBF realizou palestras junto aos clubes das séries A e B, informando algumas mudanças durante as partidas, visando uma maior transparência e “justiça” nas quatro linhas, tanto em questões de análises da equipe de arbitragem, quanto em disciplina num modo geral.


Foram apresentados alguns protocolos referente ao VAR, como a transmissão em telão (quando possível), de jogadas questionáveis em revisão e também, uma nova definição sobre o impedimento, que em caso de sobreposição das linhas, o lance será considerado como legal. Os acréscimos vêm sendo generosos também, seguindo o exemplo da última copa do mundo, visando ser um tanto mais realista por conta de diversas paradas durante a partida (como VAR, substituições e até mesmo, cera dos jogadores) e, por último, uma tentativa de controle e disciplina da partida, como as famosas “rodinhas” dos atletas sobre o árbitro durante as análises de vídeo e reclamações excessivas com o mesmo, levando à punições com cartão perante alguns casos de indisciplina aos ofensores, seja jogador ou alguém da comissão das equipes.


Foto: Twitter/Site oficial da CBF.

Em minha opinião, realmente acredito que a intenção da organização é melhorar seus campeonatos, porém, acho que há alguns pontos importantes a serem ressaltados. Primeiro deles é que, se querem igualar ou chegar próximo do nível das grandes competições, como as europeias, devem otimizar o tempo de análise do VAR, realizar treinamentos melhores para a arbitragem de campo e também, a padronização de análise em lances polêmicos, como por exemplo: um árbitro marcando pênalti num certo jogo e, noutra partida, não marcarem a infração com uma jogada praticamente igual.


Por outro lado, as equipes também devem se policiar, com o excesso e a intensidade de reclamações, principalmente com as chamadas “rodinhas” dos jogadores, atitudes afoitas das comissões, como pressão para a marcação de infrações – no qual a arbitragem deixa o lance seguir e só realiza a análise junto ao VAR – (se houver dúvidas), apenas ao final da jogada e, mesmo com os clubes cientes dos protocolos, ainda tendem em reclamar em demasia. Talvez fiquem com um pouco de receio de esquecerem do lance ou sequer verificar com mais afinco, – algo que já aconteceu antes – porém, certos comportamentos infantis devem ser cortados e revistos, tantos das equipes, quanto a responsabilização dos árbitros por determinadas falhas.


Por fim, existe um ponto em questão sobre a tolerância da arbitragem (ou a falta dela), sobre as discussões em campo, que é a dúvida quanto à linha de corte/régua por qualquer motivo que seja. É obvio que as reclamações em excesso, de maior intensidade devem ser advertidas e até punidas com cartões, porém, qual o limite estabelecido pelo árbitro e seus companheiros? Este limite é ultrapassado somente com palavrões, gestos obscenos ou gritos? Ou então, os limites dependem de cada árbitro? Se alguns jogadores podem escandalizar e gesticular, mas se argumentarem de maneira racional ou duvidarem da marcação, serão punidos? Até onde vai a padronização, até onde chega a linha limítrofe pré-definida pela CBF nestes assuntos?

Com a provável nova liga brasileira chegando, aparentemente com os moldes parecidos com os campeonatos norte americano e inglês, até mesmo referente à divisões de renda, é necessário que algumas mudanças sejam realizadas e regras sejam impostas para que o futebol brasileiro comece a atingir um nível melhor de qualidade, finanças e é claro, visibilidade – criando um produto mais “vendável” com possibilidades globais.


O Campeonato Brasileiro e as competições agregadas poderão chegar à níveis de excelência? Só o tempo dirá...



*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.

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