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OPINIÃO: Nem todo técnico é um Vojvoda, Papellin!

Na esperança de ter o mesmo fim de Vojvoda, o agora ex-técnico Ricardo Catalá, permaneceu no Remo, mas plano fracassou e a degola foi inevitável. Foto: Igor Mota/O Liberal.

Anunciado com toda a pompa pela nova administração do Clube do Remo como um sinal de profissionalismo no comando do futebol azulino, Sérgio Papellin se vê em uma sinuca de bico ao tentar lidar com uma das crises que decaiu, logo no seu início, a era Antônio Carlos Teixeira no Leão. Após uma goleada de 5 a 0 contra o Canaã, que iludiu todos os remistas na primeira rodada, a realidade bateu a porta com os desempenhos duvidosos e até vergonhosos do elenco de 2024 no Parazão, com a “coroação” no último dia 20: a eliminação vexatória contra o Porto Velho na Copa do Brasil, fazendo mais de 1 milhão de reais saírem voando dos cofres do clube.


Se utilizando da mesma fórmula que fez fincar o argentino Juan Pablo Vojvoda no comando técnico do Fortaleza, time que foi coordenador por 6 anos, Papellin, junto com Tonhão, não deu ouvidos a revolta da torcida e decidiram manter Ricardo Catalá, acreditando que, assim como Vojvoda, teria uma carta na manga e o bom futebol voltaria a ser jogado. Se aproveitando da confiança, Catalá criou um aspecto de "dono do clube", dispensando aos poucos o goleiro Vinícius do time, fazendo com que o maior ídolo azulino na atualidade, saísse do Remo pela porta dos fundos e seu preparador de goleiros fosse junto, piorando a relação da torcida, que já não era muito boa, desde a superproteção do elenco com treinos de portões fechados. Bastou se engasgar ontem (28) com o São Francisco, um dos candidatos ao rebaixamento à Série B1 do estadual, junto com Tapajós e Canaã, que o "Vojvodismo" de Catalá foi de vez para o ralo. 


E não precisa ser um jornalista especializado para saber que isso daria errado. Juan Pablo Vojvoda, mesmo não sendo um treinador perfeito, tem uma noção tática melhor e sabia mexer no time quando precisava, mesmo com a pressão da torcida. Catalá não, desenvolvia esquemas completamente fora da realidade, usavam peças erradas e insistiam nelas freneticamente, e na segunda etapa, substituía descontroladamente o time, bagunçando ainda mais a equipe, não conseguindo lidar com a torcida em cima dele.


Assistindo a coletiva que anunciou a permanência de Catalá, entendi o que a diretoria propôs para a temporada e é muito bom terem aquela mentalidade, porém, fizeram isso com as pessoas erradas, em um momento errado, e da forma mais rebuscada e cartola possível. Para ser profissional, primeiro, é saber escolher as peças e confiar em alguém que não ofereça migalhas de futebol, como Catalá infelizmente fez.


Não estou dizendo que Sérgio Papellin está fazendo um trabalho ruim a frente do Remo, mas, primeiro, ele precisa ter noção de três coisas: Primeiro, o Remo não é o Fortaleza. Por mais que sejam leões e tenham torcidas muito apaixonadas, os times estão em estágios diferentes, inclusive, de forma administrativa. Segundo, a frase que dá nome a esse artigo: Nem todo treinador é um Vojvoda. Ricardo Catalá não é um mau técnico, porém, se limitou demais e instaurou um time, que para campeonatos nivelados por baixo como o Parazão, seria facilmente time para cair de divisão. Uma vergonha em dobro. Terceiro, não adianta começar fazendo um "arroz com feijão" se o arroz passou tempo demais na água e ficou intragável e o feijão está sem um pingo de tempero. Não adianta contratar grandes nomes e "homens gols" se não conseguem finalizar e ficam que nem estrangeiro tentando sambar em campo. O time não tem que entregar só gols, mas saber se defender fortemente dos  adversários e criar dificuldades em qualquer esquema rival.


Se a intenção de Papellin e Tonhão é ser um "Fortaleza do Norte", é preciso primeiro começar por baixo e, acima de tudo, respeitar sua torcida e seus ídolos, pois são eles que fazem o Remo ser o Remo, conhecido no Brasil todo. Papellin vai ter um mega trabalho pela frente, mas espero que agora, com o novo técnico, possa também melhorar os seus conceitos. Seguindo com a mesma mentalidade, de estar “por cima da carne seca” eternamente e dormir no ponto, a Série D é a próxima parada e aí, só Deus (e quem viveu 2007-2015) sabe onde pararemos.



*As opiniões aqui emitidas, são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.


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