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OPINIÃO: Nervos a flor da pele na Fernandes Távora, 200



Reprodução: @FortalezaEC

A temporada do Fortaleza foi lotada de altos e baixos e isso acendeu no fundo de alguns torcedores uma tempestuosa corneta, em outros uma análise mais critica e em alguns poucos um estilo mais moderado e de confiança no time.


Mas a real é que apesar do vice na Sul-Americana, eliminações precoces e a queda de rendimento advinda do cansaço, a equipe bateu todas as metas previstas pela diretoria. Mas aí fica a indagação: Se tudo foi cumprido, o por quê de tantas críticas?


Bem, em um ambiente normal no futebol, o que vale é taça na mesa e conquista na história, você não chega para um torcedor comum falando que "O time atingiu X milhões em metas" ou vai contar para seus netos daqui 40 ou 50 anos que "O Fortaleza teve um superávit de Y milhões em 2023".


Apesar do mantra de: Quem chega sempre, uma hora consegue; É preferível chegar e vencer tudo o que puder, e é ai que chegamos no X da questão: Os grandes feitos do Fortaleza deixaram boa parte da torcida arrogante e desacostumada com a naturalidade dos fatos.


Após duas idas seguidas para a Libertadores, elencos marcantes, titulo invicto de Copa do Nordeste, seria meio previsível que a torcida continuaria esperando títulos maiores e um salto de patamar que ainda não veio e demorará a vir pois o Fortaleza ainda não possui condições de realizá-lo.


Construir uma base sólida no Nordeste ainda é muito distante de ser frequentemente um time de G6. A consolidação do "Coirmão" de modelo de gestão Athletico Paranaense dura há 28 anos, não começou do dia para a noite, existe muito caminho a ser percorrido, mas ao que tudo indica, o rumo é correto.


É claro que muitas coisas incomodam, como as atuações abaixo contra Cerro e Palmeiras, as três derrotas consecutivas em clássico, a dificuldade desnecessária criada na final do Cearense, o Brasileirão com algumas oscilações de desempenho, tudo isso incomoda e com razão.


Fora tudo isso, a desculpa esfarrapada de que o time cansou irrita mais ainda o torcedor. O time não só tinha ciência da longevidade do calendário, como teve oportunidade de se reforçar para a reta final e trouxe nomes que pouco agregaram, pelo contrário, atrapalharam o desenvolvimento da equipe.


A chegada de Machuca, em um momento inoportuno, que recebe uma pressão exacerbada por substituir o melhor jogador do clube, jogando fora de posição e sendo a maior compra do clube, mostra realmente que a diretoria se perdeu na janela de Julho.


A diretoria não é isenta de críticas, longe disso, um ano de bastante aprendizado, porém, é de se notar que eles não fazem projetos megalomaníacos como fez Ribamar Bezerra ao montar a "Seleão". Um grupo de ex-atletas em atividade que fizeram o Fortaleza ser rebaixado homéricamente em 2006, entregando estadual ao rival e derrubando treinadores.


A queda brusca de desempenho na parte final da temporada é um incômodo gigantesco, porém, algo que deve ser revisto para a próxima temporada. Mais uma reformulação, sim, mais uma, já que o primeiro choque de encerramento de ciclos não foi suficiente.


O fato do Fortaleza ter mostrado que poderia e teria qualidade de ter feito mais gera essa máscara do "fracasso". Um ano abaixo em números finais do que Vojvoda apresentou no Fortaleza, mesmo com o expressivo vice da Copa Sul-Americana.


Voltar ao patamar de clube de meio de tabela foi o verdadeiro choque de realidade. Com todo o bom desempenho na Sula, os anos anteriores de Libertadores, o time desempenhando bom futebol, tudo isso criou uma realidade paralela na cabeça do torcedor, o fazendo acreditar que seu time seria constante em um patamar que ainda não lhe pertence.


Mesmo assim, o clube chegou a dormir líder, fez grandes jogos, fez o sonho de Libertadores ser real, porém, o planejamento não ajudou e foi algo previsível. Fora da curva foram 2022 e 2021, anos que pelo fato do Fortaleza ser uma surpresa, foram extremamente positivos.


Nem todo ano é 2021, nem todo ano terá uma arrancada como em 2019 e 2022, mas, podemos dizer que o tricolor fez um ano honesto, mesmo que muitos torcedores tenham quebrado a cara com esse fato.


Críticas são válidas, nada é perfeito, mas o que muitos não perceberam é que essa temporada não é o atípico e sim o comum para um time do patamar do Fortaleza, que ainda é uma base sólida, mas uma base distante de disputar grandes coisas simultaneamente e todos os anos.


O projeto é bom, a caminhada é duradoura, e o ano pode ser considerado decepcionante pela forma como as taças e conquistas não vieram, mas, por hora, definitivamente não é um fracasso.


Resta ao torcedor ter a cabeça no lugar, lembrar para que time torce e confiar que comissão técnica e presidência estão levando a equipe a um bom lugar, coisa que já mostram juntos desde 2021.


*As opiniões aqui emitidas, são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.


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