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Opinião: O Ancelotti vem, mas e agora?


Foto: Twitter/@mrancelotti

Segundo fontes confiáveis do GE, Carlo Ancelotti é o novo treinador da seleção, provando que o cansaço vence qualquer um. O ponto positivo é que teremos um treinador top 10 da história comandando nossa seleção, entretanto, o ponto negativo é ter que esperar um ano por ele.


Durante esse hiato de um ano, ainda não foi definido o treinador, fontes internas falam que a CBF estuda a permanência de Ramon Menezes, enquanto outras fontes falam que Carlo Ancelotti sonda enviar algum homem de confiança para fazer essa transição e, os nomes de Davide Ancelotti e Paulo Roberto Falcão são os mais cotados.


Em caso da manutenção de Ramon Menezes, será a receita completa e material de um fracasso retumbante durante 365 dias. Tendo em vista o inicio das eliminatórias, onde iremos enfrentar a Argentina - atual campeã do mundo, em casa - e, com um projeto de técnico no comando, fora a disputa da Copa América, nos deixa num cenário preocupante e hostil.


Nada contra o profissional ou a pessoa Ramon, inclusive considero seu trabalho na seleção de base bastante positivo e bem feito, porém, na seleção principal, o que vemos é um modelo fracassado e piorado do que era o "Titebol."


Um time engessado, pobre de ideias, carente de meio campo, dependente de um único jogador, viciado em uma única jogada, sem defesa e com um ataque inoperante. Esse é o retrato e a síntese da seleção de Ramon Menezes, um catado em campo, 11 aleatórios que para serem chamados de um time ruim ou pelo menos de um time funcional, falta muita coisa.


Pobre de ideias, um vazio de táticas, um repeteco vago e mal feito da seleção que parou nas mãos do goleiro Livakovic na última copa, essa é a anatomia exata do que vemos da equipe, toda vez que ela entra em campo. Talvez seja algo desesperador tecer criticas tão fortes com apenas três jogos de ciclo? Talvez, talvez seja imediatismo falar tão mal de um projeto interino, que trabalha faltando três anos para a próxima copa? Provavelmente, mas isso não invalida o fato de que ver o Brasil jogar do jeito que joga é no mínimo desesperador.


Ramon não aplica seus conceitos de jogo e, quando o time entra, passa 90 minutos sendo previsível, apático e falho, enquanto o comandante desse barco afundando fica apenas soltando discursos motivacionais e batendo palmas na beira do campo, fazendo análises de um jogo que provavelmente só ele viu em suas coletivas.


Fora a carência de criatividade na hora de montar seu esquema, a manutenção de alguns nomes que evidentemente não rendem ou já fecharam seu ciclo incomoda bastante, provando que, caso se mantenha, vai apenas assinar súmula, entregar colete e cumprir tabela durante um ano. O mais preocupante é o fato dessa manobra provavelmente entregar o terceiro titulo seguido para a Argentina e ainda correr o risco de levar uma goleada histórica, dentro de casa, para os Hermanos.


Paulo Roberto Falcão é um dos maiores e melhores nomes do futebol mundial. O "Rei de Roma" marcou época na seleção brasileira e no futebol italiano, sendo um dos jogadores mais inteligentes, classudos e habilidosos que o futebol já viu, mas que, na carreira de técnico, passou longe de ter o mesmo sucesso.


Iniciando a carreira logo com a pressão de comandar um Brasil numa seca absurda de títulos, Falcão durou alguns meses como treinador da seleção, conquistando apenas um vice campeonato na Copa América de 1991 e colecionando inúmeras criticas por montar um time bom de bola, mas pouco vencedor. Pela seleção, foram 16 jogos, 6 vitórias, 7 empates e 3 derrotas, encerrando seu ciclo com 52,08% de aproveitamento.


Após o fiasco na amarelinha, teve sucesso ao comandar o América do México, vencendo a Champions League da Concacaf em 1992, além de algumas passagens apagadas pelo Internacional e a Seleção Japonesa.


Passou 14 anos como comentarista esportivo da Globo e da Rádio Gaúcha até que voltou para o Internacional, novamente com uma passagem apagada - venceu um Gauchão, mas não teve "vida longa" no clube. Após o Inter, passou por Bahia, Sport e, após mais uma mal sucedida passagem pelo Inter, foi sondado pelo Fortaleza em 2018 e hoje se encontra como diretor do Santos.


Apesar de ser um dos melhores jogadores de todos os tempos e entender bastante de futebol, dar a chave da seleção para alguém que nunca foi tão bem como técnico, mesmo que com aval do Ancelotti, me parece um erro tamanho.


Tenho ciência da amizade de ambos, de que Falcão é o jogador favorito de Carleto, mas é imprudente entregar um ano de trabalho para alguém que não vem bem e que inclusive foi preterido duas vezes no comando técnico do próprio Santos.


Tenho minhas dúvidas se Ancelotti realmente acompanhou a carreira de técnico do Rei de Roma e, se caso sim, porque ele acharia prudente entregar um ano de desenvolvimento para um cara que ainda não mostrou a que veio na carreira de técnico.


Acho uma alterativa difícil, pois duvido muito que Carlo Ancelotti chame um "parça" de fora da sua comissão técnica para iniciar a transição para seu ciclo e, confio muito mais que esse homem de transição será Davide Ancelotti.


Davide Ancelotti parece o nome mais coerente com a realidade. Membro da comissão do pai há algum tempo, conhece bem não só as táticas e modos de trabalhar de Carlo, mas também seria um canal oficial do Italiano com a seleção, sendo apenas o rosto que aparece enquanto da Espanha, Ancelotti "comandaria" o time.


Funcionando como "técnico de faixada" Davide desempenharia o papel de começar a limpar o terreno e fazer o alicerce de um trabalho vencedor, introduzindo os conceitos de Carlo Ancelotti, os jogadores que irá utilizar, e os métodos de treino e trabalho que acompanharão a seleção até a copa de 2026.


Mesmo que ainda bem longe do ideal, acredito que um técnico que conheça os métodos do sucessor e dê uma cara para a seleção, para que, mesmo que não vençamos todos os jogos, pelo menos tenhamos força para competir, coisa que falta no momento atual.


Tendo em vista a espera de um ano, o que podemos fazer é aguardar que a transição desse ano seja dada a alguém competente, de confiança e que, no mínimo não repita um esquema falido e mal feito durante todo o período e que possamos pelo menos competir de igual para igual com algumas seleções.


Na iminência de uma Copa América e de um Superclássico, não faço apelo por títulos ou uma goleada histórica, apenas que joguemos como um time e que vexames não sejam dados. Vencer com um interino é muito difícil, mas daria para ao menos dar trabalho a algumas seleções e essa é a nossa esperança até a chegada de Ancelotti.



*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.

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