OPINIÃO: Qual o segredo do sucesso do Miami Heat?!
- Renan Dourado
- 30 de mai. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 31 de mai. de 2023
Por que a franquia fundada em 1988, vem tendo tanto sucesso recentemente na liga mais disputada de basquete do mundo - a NBA.

Não é de hoje que o Miami tem um excelente trabalho de scouts pelo mundo, sempre buscando peças para melhorar sua franquia. Vem sendo assim desde a montagem inicial do elenco, com as trocas dos anos 90, até adquirir Alonzo Mourning; no Draft de 2003, para então trazer a estrela maior da franquia - Dwayne Wade; a chegada de Shaq em 2006, para concretizar então, a primeira conquista ou o trio de ferro de Wade, LeBron e Bosh, com os dois títulos de 2012 e 2013, ou as escolhas de Tyler Herro e Bam Adebayo, mais recentemente e, a chegada de Jimmy Butler, em mais um movimento de sucesso de Pat Rilley e companhia.
O fato aqui é que, além desse trabalho de sucesso, temos que ver além e levar em consideração o que foi feito em análises com jogadores que nem foram draftados pelas franquias da NBA, que o Heat monitora, acaba adicionando e tendo sucesso em "South Bay". Nos últimos tempos, o Heat chegou a ter mais jogadores não draftados do que jogadores oriundos de escolha no seu elenco e hoje, o número de atletas que não foram escolhidos totalizam sete.
O caso mais especial desses é o de Udonis Haslem, pivô que jogou por 4 anos na Universidade da Flórida e não foi escolhido no draft, fez carreira na França e foi muito bem por lá, tendo uma chance no Heat posteriormente, onde venceu 3 títulos e defende a equipe há 18 anos. Haslem hoje tem papel fundamental no vestiário da equipe, sendo o jogador mais velho da franquia e da liga e, com certeza terá sua camisa aposentada pela franquia.
Outro caso de sucesso no elenco é Duncan Robinson, que percorreu um grande caminho até tornar-se um jogador da NBA. Ele jogou em Williams - universidade da terceira divisão no college - teve destaque e conseguiu chegar até Michigan onde jogou por mais três temporadas, mas não obteve a chance de ser draftado em 2018. Teve um ano bem sólido na G-League e o Heat então, lhe deu a oportunidade e, Robinson, quando confiante é um dos melhores chutadores da liga e hoje tem contrato de 5 anos com a franquia.
Max Strus também foi um andarilho no seus tempos de college, conseguiu bom destaque quando chegou na Universidade DePaul, mas mesmo assim acabou não sendo selecionado no draft de 2019. No entanto ele não desistiu e continuou sua jornada também na G-League, teve oportunidade no time da Florida, e hoje, é parte fundamental na rotação da equipe e também é um gatilho do perímetro.
Gabe Vicent é mais um que também não foi draftado em 2018 e, após 4 anos como titular na Universidade de Santa Barbara, decidiu então seguir caminho na G-League. Em 2020, ganhou o prêmio de jogador com maior evolução e está no Heat há 3 temporadas e, em cada uma delas vem evoluindo, sendo hoje, titular absoluto na posição de armador e nome fundamental nos playoffs de 2023 até aqui.
Caleb Martin tem sua história parecida com a dos demais atletas, porém, após duas ótimas temporadas em N.C. State, não teve chances no draft de 2019 e, então foi para G-League. Foi bem novamente e recebeu a oportunidade no Charlotte Hornets, até ser mandado embora de lá, em 2021 e assim, assinando um contrato two-way com o Heat, onde esta até hoje e é peça fundamental, jogador de excelente defesa e chute de perímetro, sendo destaque na final de conferência que terminou em 7 jogos contra o Celtics.
Omer Yurtseven jogou na liga turca de basquete, no Fenerbahçe, antes de ir para os EUA jogar no college, passando por N.C. State e Georgetown, mas não foi selecionado no draft de 2020 e foi para G-League. Atuou na Summer League em 2021 pelo Heat e ganhou um contrato bem na época que Bam Adebayo se machucou, foi bem como pivô e conseguia duplos-duplos com facilidade. Atualmente, ele está mais na rotação da equipe, mas sempre que entra aproveita bem seus minutos.
Para fechar nossa lista, Haywood Highsmith foi o último não draftado a conseguir um contrato no Heat. O ala jogou na segunda divisão da NCAA e, sem conseguir uma chance no draft seguiu seu caminho para G-League. Hoje tem um contrato de 3 anos e o Heat aposta muito na evolução dele para o futuro da franquia. O atleta também teve boas atuações contra o Celtics, na final de conferencia.

Eu acredito fielmente que o verdadeiro segredo do Miami Heat é esse saber mesclar a juventude do seu elenco, com alguns veteranos, jogadores com potencial de ser All Star, defensor do ano e etc, além dos renegados e excluídos, fazendo assim com que todos no comando de Erik Spoelstra, um super técnico que entende do jogo e de suas mudanças e encaixes, joguem e representem o "HEAT CULTURE".
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade dos seus autores, e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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